Indígenas Marise e José Romildo emitiram certidão de casamento e RG. Foto: Niel Rodrigues
Os indígenas Marise Ferreira dos Santos Feitosa e José Romildo Belo Feitosa obtiveram a certidão de casamento, durante as ações da campanha Registre-se!, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que ocorreu em Palmeira dos Índios. O cacique e a esposa residem na comunidade indígena Jarra e também aproveitaram a oportunidade para solicitar a carteira de identidade.
"Tudo isso para nós é gratificante e eu só tenho a agradecer", disse o cacique. "Só em vocês terem a disponibilidade de se deslocar do local de vocês para virem até aqui, para fornecer essa documentação, é muito gratificante para nós", comentou Marise.
Assim como os Indígenas, quilombolas e população em geral de Palmeira dos Índios e de cidades circunvizinhas foram beneficiados com registros gratuitos. Foi o caso de José Francisco Correia, agricultor de Campo Alegre que, sem conseguir andar, chegou ao local da campanha acamado.
"Eu sofri um acidente há um ano e dois meses. Hoje eu vim tirar a segunda via da minha identidade, que eu tinha perdido, e eu vou precisar para fazer um serviço. Eu trabalho na roça e meus filhos também vão precisar tirar logo, logo, os documentos", disse.
Quem também foi beneficiada pela campanha Registre-se! foi a família da dona de casa Emanuele Cirqueira Costa. Além da certidão de nascimento dela, também foi possível emitir os registros dos três filhos, David Gabriel, Victor Levi e Evelyn Gabrieli.
"Eu estava precisando bastante desses documentos, porque quando eu viajei choveu muito e molhou tudo. Eles estavam bastante estragados. Esse documento vai me ajudar a tirar a minha identidade, que eu também estava precisando; e para as escolas dos meninos que já estavam solicitando", explicou a matriarca Emanuele.
Salário-maternidade às indígenas
A indígena Franciele Xauanny Pires da Silva, da comunidade Xucuru Kariri, procurou a equipe da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) para garantir o salário-maternidade. Franciele afirma que o bebê dela já está com pouco mais de um ano e que precisa da ajuda financeira para as despesas de casa.
"Esse documento vai servir para tirar o salário-maternidade. O serviço foi bem rápido e muito bom. Meu bebê está com 1 ano e 1 mês e até agora eu não tinha conseguido em nenhum canto. Mas agora eu consegui fazer e de uma só vez", disse.
Mudança de nome e gênero
A estudante Flávia Emanuele Moreira da Silva, de 19 anos, alterou nome e gênero no registro civil, de acordo com a identidade autopercebida. Com a nova certidão em mãos, ela também emitirá os demais documentos, porque a foto e o nome na identidade, feita aos 12 anos, não condizem mais com ela.
"Meu documento já foi rejeitado em vários ambientes, como postos de saúde e bancos. Eu me sentia humilhada. Esse novo documento é uma grande realização [...] Era meu sonho mudar o meu nome e colocar da forma como eu gosto de ser chamada. Na escola, eu fui alterar meu nome na chamada e não consegui, porque não tinha documento nenhum para comprovar minha verdadeira identidade", comentou.
O indígena Kaunyã dos Santos também alterou o prenome. "Na minha comunidade indígena, eu sou chamado por Kaunyã. Para mim, eu digo que é uma coisa de tradição indígena. Porque meu pai falou que esse nome é meu, eu ganhei, e daí com uma oportunidade dessa eu fiquei com vontade de alterar".
Ascom CGJ/AL
imprensacgj.al@gmail.com