É uma realidade bastante difícil, mas a minha geração tem
se empenhado em modificar esse panorama. A gente percebe que a minha geração
tem mais oportunidades que a da minha mãe, a da minha avó, contou a estagiária
da 20ª Vara Cível da Capital, Gabriela Diniz. Ela faz parte de um número
crescente de mulheres que integram o Judiciário alagoano e se dedicam ao campo
da pesquisa.
De acordo com a juíza Joyce Florentino, pesquisas revelam
que cada vez mais mulheres estão se dedicando a carreiras acadêmicas. Há um
estudo que trata justamente do aumento da pesquisa em 104% por parte das
mulheres desde 2014. No sentido de procurar, inclusive, matrículas de mestrado
e doutorado, pontuou a magistrada.
Na 5ª edição do Encontro de Pesquisas Judiciárias (Empejud)
da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal), ocorrida em novembro do
ano passado, dos 33 artigos científicos selecionados, 22 tinham entre seus
autores somente mulheres ou ao menos uma mulher.
A assessora da Presidência do Tribunal de Justiça de Alagoas
(TJAL), Mariana Ataíde, começou a se dedicar à ciência ainda durante a
graduação e está concluindo o mestrado. Ela revelou que, apesar das conquistas,
ainda há um longo caminho de luta para percorrer.
É inquestionável o aumento da participação da mulher nas
ciências como um todo; e uma participação com conteúdo de qualidade, é preciso
que se diga. Mas também é preciso dizer que, embora nós tenhamos que festejar
esses acontecimentos, eles não são suficientes ainda, porque os polos de poder
ainda são ocupados majoritariamente por homens, ressalta a servidora.
Pesquisa durante a pandemia
Apesar das limitações causadas pela pandemia de Covid-19, as
pesquisadoras do Judiciário alagoano continuaram desenvolvendo seus projetos.
Estamos enfrentado problemas na colheita de dados, no acesso a informações,
porque, as instituições estão fechadas ou funcionando de maneira reduzida. Sem
falar nos problemas psicoemocionais que os investigadores têm enfrentado neste
momento de pandemia, que assola praticamente a todos nós, afirmou Mariana.
Gabriela escreveu um artigo que versa sobre a atuação do
Poder Constituinte Derivado Reformador durante a crise sanitária. Procuramos
pesquisar como as PECs de números 10/2020 e 16/2020 acabaram possivelmente
violando essa limitação circunstancial implícita, a atividade de reforma da
Constituição. Claro, verificando se essas PECs foram necessárias para combater
essa situação de excepcionalidade, disse.
Já a juíza Joyce Florentino conciliou seu trabalho na
magistratura, a ciência e a maternidade. Segundo ela, além da dedicação, foi
necessário o apoio da família. A partir de maio já voltei os olhos para a
feitura de artigos, tanto que publiquei na revista da Esmal e mandei outros
artigos para outras revistas, além do livro que foi a tese. Mesmo que a mulher
desempenhe outros papéis, ela vai precisar de um foco nesse momento, destacou.
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