A cidade paradisÃaca de São Miguel dos Milagres tem sido um dos lugares mais procurados no paÃs por casais famosos, mas nesta segunda-feira (30), a Capela de Milagres foi palco da celebração da união de 31 casais da comunidade local. O casamento coletivo, realizado pela Justiça Itinerante, do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), em parceria com o Instituto Tamo Junto, foi conduzido pelo juiz André Gêda.
Ainda encantada com o sonho realizado no ano passado na mesma capela, a merendeira LÃvia da Silva Cunha, que casou após 25 anos de convivência e dois filhos, contou que convenceu o cunhado Dimas Francisco de Oliveira e o sobrinho dele Wellington Pinto a realizarem o sonho de suas companheiras.
Com oito anos de relacionamento e morando juntos há dois, Wellington, 31 anos, e Giovanea de Araújo Soares, 22 anos, explicaram que não imaginavam que iriam poder casar em um lugar tão bonito.
“Era o sonho da gente há um tempo que não se realizou por algumas coisas que aconteceram, mas a gente sempre sonhava em casar, não em um lugar como esse. Para a gente é realmente um privilégio, um sonho incontável que está sendo realizado hoje. Se resume a milagres, como o próprio lugar diz”, descreveu o noivo.
“Eu achava que ia ser uma coisa mais simples, na igreja. É a realização de um sonho muito grande, incomparável, não tem palavras”, completou a noiva.
Wellington Pinto e Giovanea de Araújo oficializaram o relacionamento de oito anos. Foto: Itawi Albuquerque
Já para o tio do Wellington, o comerciante Dimas Francisco, de 61 anos, essa foi uma ótima oportunidade para realizar o sonho da companheira Maria Helena Ferreira, com quem vive a cerca de 15 anos.
“Esse era um desejo da gente e da nossa mãe que queria que a gente casasse. Por causa dela (a cunhada LÃvia) a gente veio casar, faltava um empurrãozinho”, confessou Dimas.
“Eu fiquei sabendo [da oportunidade] pela LÃvia, a cupido. É o sonho de toda mulher casar, construir uma famÃlia. Nunca passou pela minha cabeça casar aqui”, disse Maria Helena sorridente.
Dimas Francisco e Maria Helena também realizaram o sonho de casar, nesta segunda (30). Foto: Itawi Albuquerque
O juiz André Gêda, coordenador da Justiça Itinerante, destacou o apoio do presidente Otávio Praxedes para a realização dos casamentos coletivos e explicou aos nubentes a importância de oficializar a união para garantia de direitos civis. O magistrado também aconselhou os casais sobre companheirismo, respeito e amor no casamento.
“Vocês aqui celebram um contrato especial, que visa proteger um bem muito precioso, que é a famÃlia. É um compromisso selado um para com outro que vai fortalecer o casal nos momentos mais difÃceis e são nesses momentos que o amor se mostra mais forte”, explicou o juiz.
Primeira edição
LÃvia da Silva contou como foi casar, em 2017, na Capela de Milagres. Foto: Itawi Albuquerque
A noiva do ano passado, LÃvia da Silva, não conseguia esconder a emoção que viveu no mesmo lugar e contou emocionada como foi sua experiência. Após ser transferida para outro local de trabalho, uma colega que ia casar em oito dias perguntou se LÃvia também não queria casar.
“Eu disse que queria mas não sabia como porque ainda não tinha condições. Foi quando ela me falou que a ‘Associação Tamo Junto’ estava patrocinando o casamento e a gente só precisava comprar as alianças e a roupa do noivo. Cheguei em casa muito feliz, peguei no rosto dele e perguntei: você quer casar comigo?”, relembrou.
Gestora da Capela dos Milagres, Camila Mêda, explicou que são dois dias de festa para os casais e suas famÃlias. O primeiro dia é voltado para o casamento civil e o segundo conta com dia de beleza para as noivas, celebração ecumênica e grande festa.
“A ideia é proporcionar para o pessoal da região, que não tem condições, um casamento desse tamanho, dessa proporção. Como a gente já recebeu alguns artistas, eles passam pela frente da capela e imaginam em um dia poder casar aqui também, aà a gente acaba fazendo um casamento comunitário, com no mÃnimo 30 casais, para mostrar para eles que não construÃmos a capela apenas para ricos casarem. A ideia é estar junto com a comunidade sempre”, contou.
Camila contou também que a ação só é possÃvel graças a parceria com o Poder Judiciário. “Esse ano foi muito corrido, mas graças a Deus o juiz já está aÃ, ta todo mundo querendo sair com o nome de casado e ‘tamo juntoÂ’ como diz o nome do instituto”, disse.
Robertta Farias –Dicom TJ/AL
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